[Por: Obadias Sedgwick]
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Primeira, os incrédulos não aceitarão Cristo como seu Senhor, pois o coração deles já tem outro senhor (…) O nosso senhor é aquele a quem servimos, e somos seus servos se o obedecermos (…) Basta que os anseios por lucro ou prazer conflitem com Cristo e logo se vê que o coração incrédulo seguirá seu senhor; não dará ouvidos a Cristo, pois prefere o pecado ao senhorio de Jesus. O coração incrédulo, a fim de satisfazer às próprias concupiscências, arrisca-se facilmente a desagradar a Cristo. O coração incrédulo também não consegue escolher Cristo; não suporta tê-lo como Senhor. Por que razão? Porque o domínio de Cristo é santo e celestial; é totalmente contrário a princípios e sentimentos sórdidos, os caminhos de um coração incrédulo.
Segunda, todo crente confessa a Cristo como Senhor, assim como fez Tomé: “Senhor meu e Deus meu!” (João 20:28) (…) por isso (1) a fé curva-se ao cetro de Cristo e, com docilidade, dispõe solicitamente a alma à submissão; (2) além disso, a fé recebe Cristo totalmente e, portanto, para a fé, Cristo é o único Rei e Senhor; (3) e a fé também reconhece que a pessoa toda pertence a Cristo, o seu sangue nos comprou e pôs-nos inteiramente sob seu domínio: “fostes comprados por preço“, assim disse o apóstolo (1 Coríntios 6:19-20).
Assim também, examine-se agora quanto a isto: quem é o seu senhor?
Se pela fé tem jurado fidelidade a Cristo – apesar de todas as tentações que o assaltam para escravizar seu coração ou aliená-lo do serviço de Cristo, e em meio a todas as opressões, sim, debaixo de todos os maus-tratos, violências e interrupções causadas pelo pecado – então o seu coração clama: Não tenho outro Senhor além de Cristo, a ele obedecerei, honrarei, amarei; a ele pertenço e apesar de tudo detesto os pecados que ainda não consegui derrotar.”…
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Obadias Sedgwick – Day by Day with the English Puritans, Randall J. Pederson (org.), Hendrickson Publishers, 2004, p. 12.
Tradutor: Marcos Vasconcelos
Fonte: Mens Reformata